Que tipo de educação querem os jovens?

“Para que os projetos educativos para os jovens sejam mais significativos, é preciso que a juventude tenha participação ativa no processo.”

O Parlamento Junvenil do Mercosul  é um projeto que nasceu com o objetivo de abrir oportunidades para os jovens participarem da troca e do debate de questões relacionadas a suas vidas no presente e no futuro.

Nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2010, 110 representantes de Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Paraguai e Uruguai, se reuniram em Montevidéu com o objetivo de compartilhar suas visões e idéias, refletindo sobre o ensino médio que querem na região.

A partir das discussões levantadas nestas reuniões elaboraram, em consenso, uma declaração onde propuseram ações e políticas relacionadas a cinco eixos temáticos, sendo a mesma entregue às autoridades políticas representantes dos países constituintes do bloco.

O texto desta declaração sobre o ensino médio que querem os jovens está reproduzido a seguir.

DECLARAÇÃO DO PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL

Nós, os jovens estudantes, reunidos aqui em Montevidéu, Uruguai, para a primeira Assembléia do PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2010. Dentro deste processo de diálogo e debate, que nos serviu para elaborar propostas com o objetivo de construir: O ENSINO MÉDIO QUE QUEREMOS, baseados nos seguintes cinco eixos temáticos, os quais são:

1- Inclusão Educativa:

a. Inclusão do ensino das línguas oficiais dos países integrantes do MERCOSUL, segundo o critério dos sistemas educativos de cada um dos países.

b. Integracão de todos os alunos sem importar seu setor social, etnia ou capacidade. Para isto é necessário que existam uma infra-estrutura e uma equipe multidisciplinar adequadas.

c. Orçamento distribuido equitativamente. Transporte e merenda escolar gratuitos e obrigatórios.

d. Existência de equipes multidisciplinares de psicólogos e pedagogos para o monitoramento da educação.

e. Garantir uma educação pública, obrigatória, laica e gratuita.

f. Fortalecimento e difusão das leis de mobilidade estudantil.

g. Ramificação do ensino no nono ano.

2- Jovens e trabalho

a. Exigência de orientação vocacional e direito trabalhista a nível obrigatório e convênios com empresas para a realizacão de estágios.

b. Criação de carreiras técnicas variadas de acordo com os fatores

geográficos.

3- Participacão cidadã

a. Implementacão de conselhos de participação (professores, pais, sociedade, etc.) e de organizações juvenis para a tomada de decisões a nível da educação e de questões democráticas.

b. Criar uma página web onde todos os jovens possam colocar suas propostas e questionamentos, como ser um jornal eletrônico administrado pelos jovens.

c. Criacão de espaços onde sejam tratados assuntos escolhidos pelos estudantes da mesma aula.

d. Que os meios de comunicação do Estado divulguem obrigatoriamente a participação dos jovens.

4- Gênero

a. Deve-se fomentar o equilíbrio de direitos entre homens e mulheres por meio da educação desde cedo, para não gerar discriminação e promover a equidade.

b. Que toda jovem grávida possa finalizar seus estudos a través dos

meios adequados a sua situação.

5- Direitos Humanos

a. Concientização e educação em direitos humanos e meio ambiente em um eixo transversal em todas as disciplinas e desde cedo.

b. Tratamento de temáticas relacionadas com o passado recente da

Latinoamérica, golpes de Estado ou outras ações relacionadas com a eliminação ou destruição dos direitos humanos.

c. Criar projetos para a presevação do meio ambiente como reciclagem, reutilização e outros.

d. Acompanhar e monitorar jovens que praticam e sofrem agressões.

e. Educação em sexualidade.

Finalmente queremos deixar claro que as e os jovens temos nas nossas mãos a construção dos Nossos projetos de vida, mas para isso precisamos não somente de um voto de confiança como também de condições intelectuais e materiais que o façam possível desde hoje e desde diferentes espaços.

Queremos e exigimos a institucionalização do ¨PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL¨ na região, integrado por jovens provenientes de todos os países plenos e associados do bloco, escolhidos democraticamente pelos seus colegas.

Propomos que o ¨PARLAMENTO JUVENIL DO MERCOSUL¨ seja realizado a cada dois anos, incluindo um ano de trabalho prévio, em cada um dos países.

Exigimos que as nossas autoridades levem em consideração as propostas deste documento e com isto nos ajudem e nos apoiem para construirmos o Ensino Médio que queremos.

Parlamento Juvenil do MERCOSUL

É necessário considerar que esta declaração vai além daquilo que nela está proposto. A participação dos jovens nas diversas etapas do Parlamento Juvenil lhes dá a vivência do processo democrático, onde a atuação política se faz de forma mais contundente que a simples manifestação de um voto. Ela se exercita na expressão, reivindicação e defesa de interesses coletivos.

Um aprendizado que além dos frutos do presente, lança boas sementes ao futuro…

Texto original encontrado em: http://parlamentojuvenil.educ.ar/wp-content/uploads/2010/10/Declaracion-Parlamento-Juvenil-Port.pdf

Mais informações sobre o projeto do Parlamento Juvenil em: http://parlamentojuvenil.educ.ar/

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