Educação e diversão

Ultimamente tenho visto muita propaganda de que agora as escolas estão mais “divertidas” por conta dos computadores, laptops, jogos, etc… A diversão na aprendizagem é uma concepção que, segundo o Professor Jarbas, advém da área do entretenimento.

Rosa Maria Bueno Fischer, em seu texto Uma Análise Foucaultiana da TV fala sobre a espetacularização da vida privada que acontece na mesma.

Acho que, concomitantemente, também está acontecendo na escola uma espetacularização do ato de estudar – pelo menos em termos de discurso…

O que não sei, e em até certo ponto desconfio, é o quanto isto está contribuindo para a formação de certos sentidos sobre “estudo” e para a constituição da seriedade e comprometimento necessários ao desenvolvimento da pesquisa e do trabalho.

Parece até que, nesta perspectiva de diversão, à escola está se atribuindo a condição primeira de divertir, antes de educar – quer dizer, a segunda é conseqüência da primeira. Se este discurso está sendo apropriado da linguagem da TV (e dos games) para cativar pelo entretenimento, por efeito a reboque, sustentaria, em segundo plano, que a escola é chata e que estudar é chato.

Talvez meu incômodo, dada a minha percepção, esteja relacionado ao fato de que trabalhe com adultos – para quem o ato de estudar traz uma série de exigências – e tenha presente o que Paulo Freire diz sobre o mesmo:

“Estudar é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema (…). Essa atitude séria, interessada e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos caracteriza o ato de estudar. Não importa que o estudo seja feito no momento e no lugar do nosso trabalho (…). Estudar exige disciplina. Estudar não é fácil porque estudar é criar e recriar, não repetir o que os outros dizem.”[1]

Por isto acho que, embora aprender com prazer seja fato, e também concorde que aprender possa ser divertido, não gosto do discurso e das ações que priorizam a diversão no ato de educar, seja através dos jogos, do computador ou de quaisquer mídias.

Para que servem os jogos dito educativos, e a quem servem? Certamente que para algo mais que diversões imediatas. Se houver comprometimento, interesse pela descoberta, curiosidade em conhecer e criatividade na construção de estratégias e formas, então a diversão é válida para a aprendizagem. Condição que acho válida para utilização de quaisquer tecnologias ou mídias.

O imediatismo que caracteriza a diversão, em minha opinião, não contribui para a produção de significados necessária à aprendizagem duradoura. O prazer em aprender, por outro lado, se constitui no envolvimento e comprometimento com o objeto de estudo, que levam à persistência necessária para resolver os desafios e dificuldades que também fazem parte de algumas aprendizagens. Persistência que não se institui através de relações imediatistas, rasas e descompromissadas com os estudos .

Concluindo, acredito que as medidas para vincular diversão às aprendizagens devam ser pautadas pelas finalidades às quais a educação se propõe, e que devam objetar que educar, estudar e aprender exijam, também, comprometimento.

[1] Paulo Freire in A Importância do Ato de Ler, Editora Cortez, 2003.

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O Game dos Presidentes

O Game dos presidentes é uma publicação LivroClip, ajuda a revisar conteúdos de história sobre a República no país.
Brinquei e me dei mal… Não que precise estudar tanto mais assim (he he he)… Mas preciso treinar a digitação das setas para escapar dos fantasminhas…

http://www.livroclip.com.br/livroclips/212_anima.swf

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Intervozes – Levante sua voz

O direito à comunicação e à informação através das mídias é discutido neste vídeo… Partes 1 e 2.

YouTube – Intervozes – Levante sua voz parte 1
 

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Inundações e deslizamentos

No dia 18 de abril de 1991 um grande temporal na região
metropolitana do Rio, por volta das 16 horas, deixou a cidade alagada e o
trânsito completamente congestionado por pelo menos 5 horas. Foi este o tempo
que levei para chegar a casa, entre a saída do então local de trabalho, na
rodovia Whashington Luís, e o meu apartamento à época, em Niterói. Desci do
ônibus e ainda passei por poças de lama e água. A vizinha do primeiro andar
dava abrigo a uma mãe que, voltando da escola com os filhos pequenos,
arriscava-se a atravessá-los em meio à avenida coberta de água.

Estes fatos estão presentes em minha memória, através de um
comentário que marcou o dia: “Mas, não
são as águas de março que ‘fecham’ o verão? Nós estamos em abril!”

De lá para cá, as previsões sobre o clima estão sempre se
alterando… A cada verão (primavera ou outono…), inundações e deslizamentos têm
cada vez maiores proporções. No entanto, há áreas da cidade que são mais
afetadas por estes eventos, principalmente aquelas em que a ocupação urbana se
deu de forma assistemática e sem a orientação ou intervenção de políticas
públicas. Normalmente é onde reside boa parte dos alunos da EJA.

Então, qual o papel da escola frente a estes eventos, diante
do público que atende? Se a solução dos problemas de inundações e deslizamentos
é complexa e passa por organismos internacionais inclusive (vide mudanças climáticas), que encaminhamentos a
escola pode fazer quanto às construções em áreas diretamente afetadas por estes eventos?

Este tipo de preocupação foi objeto de um projeto desenvolvido com a turma de Fase IV no ano de 2003, que despertou bastante
interesse entre os alunos e possivelmente os ajudou em suas escolhas e decisões
a respeito da construção (e manutenção) de suas casas. Tendo como tema “Casa e
Cidadania” procurou abordar a questão do planejamento, etapas e
profissionais envolvidos no processo construtivo, atentando para a necessidade
de se construir com segurança. Envolveu conteúdos disciplinares principalmente
da matemática, geografia e ciências.

Acho que este é um aporte que deve ser considerado junto aos
alunos adultos, como por exemplo, com temas relacionados ao meio ambiente; mais
interessante – sob o  ponto de vista de
necessidade pessoal – do que coleta seletiva ou reciclagem de latinhas de
alumínio.

 

Para verificar a justificativa e o projeto, clique aqui.

Para ver o relatório de aplicação, clique aqui.

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Cães, gatos e emissões de carbono…

Quais medidas são necessárias para diminuir os impactos
ambientais das ações humanas para a preservação do planeta?

Depois dos resultados da Conferência de Copenhague (COP-15)
parece que não há consenso, pelo menos quanto aos índices das taxas de
restrição de carbono que deveriam caber aos países desenvolvidos e em
desenvolvimento.

Contra os índices apontados pelos ambientalistas, vimos as propostas
dos governantes dos países participantes. Se, para os dirigentes dos países em
desenvolvimento, limitar (já) as emissões de carbono significaria “travar” o
crescimento, para alguns países ricos, reduzir substancialmente suas emissões
de carbono significaria alterar drasticamente toda uma cadeia produtiva baseada
no consumo.

Qual a relação custo/benefício envolvida nas taxas de
redução de carbono? Por exemplo, quais os custos (financeiros, ambientais e
sociais, imediatos e futuros) do desmatamento de determinada área em
relação aos benefícios (financeiros e sociais, imediatos e em médio prazo) que
se tira daí? “Quem” paga e “quem” recebe?

Esta parece ser uma questão vital (sob a ótica da economia)
para a preservação do planeta, embora como diga a professora Jenny, a natureza
não se vende (ou se compra) no shopping.

Então de acordo com esta perspectiva de mercado, qual o
preço que cada um de nós estaria disposto a pagar para diminuir os impactos
ambientais de nossas ações,como, por exemplo, ao possuir um animalzinho de estimação?

Gatos e cachorros s�o poluidores?


Estando este estudo dos cientistas neozelandezes correto, chegaríamos
a pensar em abrir mão de nossos bichinhos (de nossos afetos) pela nossa comodidade?

Qual o custo pessoal que estaríamos dispostos a pagar pela
preservação do planeta?

Com certeza ele poderá ir além do valor de uma ecobag,
uma camiseta do Green Peace ou um produto verde. Ou de quaisquer
coisas que possamos comprar em um shopping…

 

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Porviroscópio, Barack Obama e Cansei de Ser Sexy

O que é um porviroscópio?
Um equipamento inventado ainda na primeira metade do século XX e que permitiria ver aquilo que está por vir. Coisa de um cientista radicado no Brasil.

O porviroscópio mostrou a eleição de Barack Obama?
Não exatamente, mas mostrou a eleição de um presidente negro pelos norte americanos em uma outra data.

O porviroscópio mostra o destino do Cansei de Ser Sexy na musicografia nacional?
Não, isso somente a banda pode prever.

Mas para saber como tudo isto se relaciona, veja a animação abaixo:
http://www.livroclip.com.br/livroclips/120_anima.swf

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Curso de Introdução à Terapia e Educação Assistida

O Centro de Equoterapia Conviver
em parceria com a Universidade Estácio de Sá abre inscrições para o I
Curso de Extensão Universitária sobre Terapia e Educação Assistida por Animais
do Estado do Rio de Janeiro.

 

O programa focaliza
intervenções no campo da Equoterapia e da Cinoterapia,
áreas reconhecidas cientificamente e em expansão tanto no campo das práticas
clínicas quanto educacional.

 

O curso está aberto a profissionais
e estudantes das áreas de Saúde, Educação e Comportamento Animal.

 

Para conhecer o programa acesse: www.equoterapiaconviver.com.br

 

As aulas começam em setembro!

 

 

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La Amistad: o direito à liberdade.

Imagem de domínio Público, buscada na Wikimedia Commons.

Se o ensino da História e Cultura Afro Brasileira deve estar
inserido em um contexto histórico mais abrangente, o filme Amistad merece ser
visto porque, frente a uma perspectiva de luta e não submissão, sua temática se
estabelece a partir de um conceito fundamental para a cidadania: o direito à
liberdade – objeto de luta de povos e nações à época retratada.

E como direito fundamental, pré requisito para o exercício
da cidadania – e dos direitos que a configuram (educação, saúde, moradia,
trabalho…) – pode e deve ser relacionado ao mundo em que vivemos atualmente.

Vejo a possibilidade do filme como elemento sensibilizador
porque esta questão de “direito” não está nem um pouco desfalcada de emoção –
condição primeira para estabelecer vínculos.

O filme é belamente montado e interpretado baseando-se em um
acontecimento real: o sequestro de um navio negreiro, ironicamente denominado "Amistad", pela sua própria “carga”:
o personagem central é aprisionado e levado a um navio negreiro. Consegue
extrair um prego entre o madeirame e com ele abre os ferros que o prendem.
Liberta outros homens e tomam a embarcação matando a maioria da tripulação.
Deixam dois sobreviventes, pois são povos agricultores e não conseguem
reconhecer e se conduzir pelas estrelas que brilham naquele céu. Deixam-se levar
pelo comandante do navio que os encaminha à costa americana (EUA). Capturados,
são levados a julgamento. Considerá-los (e provar que seriam) escravos ou
homens livres trará a frente outra querela: culpados ou inocentes diante das
mortes provocadas?

Embora a questão jurídica seja a mais enfatizada (principalmente
porque o que estava em jogo era o próprio sistema judiciário no país recém
instituído), outras questões que aparecem no filme dão margem a articulações
pedagógicas.

·       
as leituras que acontecem – ou não – no filme: das
estrelas no céu, do mapa, ou da bíblia por povos iletrados;

·       
as diferenças entre os povos africanos aprisionados
e embarcados naquele navio: diversidade étnica, estilos de vida, religiões e
rivalidades;

·       
as visões do outro: o preconceito e a intolerância
entre colonizadores, os habitantes das Colonias e africanos;

·       
o mercantilismo e a atuação dos ingleses contra o
tráfico de escravos;

·       
a escravidão como um padrão na colonização das
Américas (e não somente no Brasil)

·       
a luta e até a própria morte, como um movimento
de rebeldia contra a escravidão.

Diante de minha turma de Fase IV, EJA, a abordagem seguiu tomando-se
como tema “O Mundo do Trabalho”, em função da contextualização da mão de obra
escrava e pelo fato do trabalho configurar-se como um dos direitos
fundamentais para o exercício da cidadania – que tem como base a idéia de que:“todo homem é igual em dignidade e
direitos”.

Sinopse e ficha técnica, veja http://www.adorocinema.com/filmes/amistad/amistad.asp.

Para ver a apreciação jurídica, veja http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/32/artigo123716-1.asp .

Veja parte do filme aqui.

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O que é Twitter?

 A Commoncraft produz vídeos em que explica primariamente o que são e para que servem diversas ferramentas disponíveis na web. Fez vídeo para explicar as(os?) wikis, podcasts e blogs, entre outras. Alguns usuários legendaram estes vídeos em português e o disponibilizaram no YouTube. 

Há usos educacionais para o twitter? Ele pode agregar recursos para os quais seriam necessárias outras ferramentas?

YouTube – O que é Twitter

   

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